NHÁ CHICA - A SANTA DO CAMINHO DO COMÉRCIO
José Francisco Mattos e Silva Independentemente da sua religião ou da sua fé, independentemente da minha também, o dia de hoje para todos os nascidos no Sul das Minas Gerais é muito significativo. Quase todos, senão todos, desde os tempos de criança ouvíamos, as vezes assombrados, as histórias de Nhá Chica. Nhá Chica, que nasceu no arraial do Rio das Mortes, cresceu e viveu em Baependi, nas estradas reais e nos caminhos que construíram o Brasil, o caminho do comércio. Filha de escravos, analfabeta, simples, mulher que abraçou a riqueza do amor. Em sua casa, uma cama, seis bancos, um fogão a lenha, seus objetos, um sombrinha, um terço. Sua roupa, um único vestido. Nhá Chica soube ser gente, atraiu os homens cultos do Império, abraçou os pobres, consolou os famintos, muito mais do que pão, alimentou o povo de sua época com a generosidade ao saber ouvir, aconselhar e nas despedidas nas quais recomendava, com esperanças: "vou falar com minha Sinhá ". Nhá Chica